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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

Alocação de Ativos e Aversão ao Risco

E ae, galera, tudo na paz? Hoje venho com um assunto relativamente simples, mas importante:  diversificação versus alocação.


Fazer uma alocação de ativos sob o olhar teórico é sempre buscar montar uma carteira de ativos com uma melhor relação de risco e retorno. E diversificar é investir em ativos que possuem diferentes tipos de riscos de mercado/setoriais.


Ou seja: são coisas bem diferentes!
Partindo da premissa que a grande maioria dos investidores possui Aversão ao Risco, então eles seguem o seguinte comportamento:

Quem estaria ali no centro? Isto vai muito de investidor para investidor, mas poderíamos considerar que um ativo livre de risco seria interessante, como premissa.
Peguei um exemplo de um site de uma carteira que teria os seguintes ativos e premissas (de 1994), apenas para exemplificar:
Ativo
Risco
Retorno
Ibov
32,68%
17,68%
Dólar
22,37%
2,47%
Ouro
26,18%
12,36%
CDI
3,06%
21,05%
Otimizada
60/40
13,17%
21,28%
A carteira quando otimizada, atingiria a seguinte situação: 60,82% CDI e 39,18% IBOV.
A questão a ser notada aqui é que você teve um ganho ridículo no retorno em troca de um risco muito maior. De fato, olhando pelo gráfico abaixo você notaria que não faria muito sentido o investidor escolher quaisquer outros ativos além do CDI.
Clique para aumentar
Notem: todos os 3 ativos possuem pior retorno em vista de maior risco, o que justamente um investidor não deseja obter.
Uma das grandes frases em alocação de ativos é de que é “possível melhorar o retorno de uma carteira diminuindo seu risco”. Isto depende muito do referencial. Vejam o CDI: você conseguiu ter um ganho medíocre de rentabilidade em troca de um risco muito maior. Ou seja, você na prática piorou a carteira em relação àquela com alocação 100% em CDI.
No entanto, os ativos voláteis tendem a ter suas rentabilidades alteradas a cada ano que passa. Assim sendo, fazer esse tipo de escolha pode ser muito perigoso. Por exemplo, quem pegou o retorno do IBOV nos últimos anos em 2008 deveria ter achado ótimo. Já hoje nem tanto, não é verdade?
Mas então de que adianta fazer isso tudo se você precisa tentar visualizar quais seriam as mudanças de retorno dos ativos no futuro?
Pois é...
Enfim: uma coisa é diversificar, que possui como objetivo diversificar os riscos setoriais, buscando proteção. Mas para alocar, você precisa ter um ponto de referência e, a partir dali, escolher ativos que se encontrem na área azul ou laranja do gráfico.
Concordam? Discordam? Comente!
Abraços a todos!

13 comentários:

  1. Difinance, beleza? As explicações foram claras, mas não pude evitar de pensar sobre as premissas apresentadas pelo site que você visitou... a princípio penso ser números para efeito de simulação... retornos de 21,05% no CDI?

    Valeu!

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    1. Fala, IR,

      são dados antigos, de 1994, se não me engano, apenas para exemplificar!

      Grande abraço!

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    2. IR, logo depois do plano real a inflação ainda era alta. Aí a SELIC também era alta. Isso acabou gerando alto retorno pela renda fixa. O ativo sem risco pagando bem, pra que investir em renda variável? Pra valer a pena, o P/L das ações era muito baixo. Com a SELIC caindo começou a ter mais procura pela bolsa, já que a renda fixa não remunerava mais tão bem, aumentando o P/L da bolsa.

      Infelizmente acho que não encontrarei oportunidades como as daquela época, pouco depois do início do plano real. Não vou dizer que é uma pena eu não ter investido naquela época pq não é uma pena. Melhor ter hoje cerca de 30 anos do que ter 50...

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  2. acho que nao temos pra onde correr hoje. olha so.

    ações: so AF salva, alguns trades rapidos e opções.

    TD: somente atrelados a inflação. taxa cblc e custodia come rendimento

    ETF/FUNDOS: custodia, taxa de adm do inferno.

    CDB/Poupança/FII: caralho, o rendimento chega a ser patético, so os FII se safam um pouco por causa do ganho de capital decorrente da valorização de cotas, sem mencionar os 0,7% a.a. medios de administração e o IR na realização de ganho de capital.

    da minha parte, to tentando formar uma carteira solida de ações, tanto que estou 85% ações e 15% em RF (cdb, TD e estacionando em poupança), com vista no futuro, com ganho e reinvestimento de dividendos, JSCP (cacete de IR 15% de novo, PQP!!!) e desfazer de participações com valores abaixo de r$ 20mil/mes pra tentar escapar do IR do ganho de capital.

    em resumo: o rendimento médio está patético e sendo comido por tx. adm., corretagens, custoria, IRRF, IOF e PORRADILMA!!! mesmo assim melhor ter algum guardado tentando render do que nada ne?

    nao tem como ver o futuro. Não importa quão sereno o hoje possa ser, o amanhã é sempre incerto. - WB. o negocio é rever a estrategia o tempo todo igual o navegante vai mudando o leme conforme a tempestade. tem vez que ganhamos, tem vez que tomamos cerveja japonesa (NOKU).

    ainda vejo mais chances nas ações. tanto que to pesado nelas. e vou continuar assim um tempo ainda.

    estejamos preparados e vamos enfrentar o que vier. Filosofia Heavy Metal: investidor sem medo do mercado. Invista e sobreviva!!!

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    1. Olá, Victor!

      Concordo contigo.

      Mas a ideia do artigo é mostrar q existe uma grande diferença em escolher ativos para alocar do que simplesmente sair diversificando loucamente, entende?

      Não faz sentido, por exemplo, o investidor buscar ativos que irão dar menor retorno com maior risco (q é o caso do exemplo).

      []s!

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    2. Sim sim, claro!

      Acho que eu não fui muito explicito. O que tentei falar foi que hoje nas condições atuais o risco MENOR representa RENTABILIDADE quase nula...

      quanto a diversificar, fico de cara ao ver gente com 5, 10mil no patrimonio que tem 5 ações de uma empresa, 10 da outra, 120 de outra, 20 de outra... daí criticam o all-in real/fake do pobreta em ELPL4. Tipo, o cara anula risco sobrediversificando e anula ganho, pois se estourar +50% na posição dele, ele ganha R$ 5....LOL. claro que sou partidario de diversificar, mas com moderação. o mesmo digo para alocação.

      Veja bem. Suponha por absurdo que eu ganhe hoje 1milhão. Sabe o que eu faria, contrariando o senso comum? Dividiria assim:

      poupança: 600mil @ 0,41% = 2460,00 a.m. livre de IR (AFAIK)
      ações: 300mil = somente ações boas compradas em baixa sob a AF.
      caixa: 100mil = para comprar ações boas quando aparecer oportunidade.

      por que essa alocação doida? Simples. O rendimento sagrado e ridiculo da poupança me da quase 2500 liquidos sem taxa de nada todo mes. Aportando essa grana em ações todo mes, aliado ao ja existente patrimonio acionario de 300mil, em pouco tempo daria pra dobrar essa grana, sem sacrificar o capital inicial. a eventual compensação da inflação eu busco obter com as ações e seus rendimentos (capital/div/jscp).

      A partir de uma época em que o capital passar a engordar, começo a sacar da poupança e buscar uma renda fixa maiorzinha em tesouro direto (NTN_B).

      Apesar de que esse rendimento da poupança sozinho ja me daria uma semi-aposentadoria... mas esqueçamos esta variavel.

      parece doido, mas sei que daria certo.

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    3. Entendo seu planejamento, Victor, só que eu nunca o realizaria.

      A Caderneta de Poupança só rende mais do que os outros ativos no curtíssimo prazo.

      Se você utilizar estes 2.500 como rendimento, está esquecendo da inflação.

      Caderneta de Poupança só serve para juntar dinheiro no curtíssimo prazo. Para prazos acima de 2 anos (que é prazo curto), praticamente qualquer instrumento de renda fixa a supera com folga.

      []s!

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    4. não estou. "a eventual compensação da inflação eu busco obter com as ações e seus rendimentos (capital/div/jscp)."

      abraço.

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    5. Eu li isso.

      Mas vc vai ter q utilizar 40% do patrimônio para compensar a inflação q tá batendo nos outros 60% ? Haja valorização.

      Se você quisesse viver com 2.500/ano, seria mais interessante aplicar o valor q vc irá gastar nos próximos 2-3 anos apenas e o restante aplicar em títulos de renda fixa.

      Por exemplo, pegar um mix de LFT, LTN e NTN-B, com prazos de 3 anos e aplicar.

      Se são 3 anos, então seria: 2.500 x 12 x 3 = 90mil

      Aplica 90mil na Poupança e vive dele. Com isso vc faz o restante do dinheiro render mto melhor do que parado perdendo pra inflação na Poupança... como o prazo é de 3 anos, sem vai pagar o menor imposto e ainda vai ter ganhos reais, preservando o patrimônio...

      []s!

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    6. interessante. nao havia olhado por esta otica!

      abs

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  3. Olá:
    Conhecendo o blog há pouco tempo, via Pensamentos Financeiros.
    1) Por favor, poderia me dizer como vc fez para calcular a otimização da carteira?

    2) A ideia da alocação de ativos é que vc consegue fugir / diluir do risco sistêmico, não?
    Sem dúvidas que ninguém consegue saber o futuro, mas isso vale para os dois lados: o ativo novo que vc comprou para diversificar pode aumentar ou diminuir o retorno da sua carteira prévia...
    Jeca

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    Respostas
    1. Olá, Jeca,

      1) Utilizando o Solver do Excel. Vc procura maximizar o retorno e minimizar o risco. No caso, usei apenas a fórmula da Esperança, mas melhor utilizar o índice de Sharpe, para chegar na fronteira eficiente.

      2) Diluir o risco não-sistêmico. O risco sistêmico é aquele que vai derrubar tudo junto, então não adianta muito diversificar, pq tudo vai derreter.

      []s!

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