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segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Histórico de IBOV x Inflação


Fala, galera! Outro dia passeando pelo site da Bovespa achei um link bem interessante, que mostra os retornos anualizados do Ibovespa em diferentes períodos. Resolvi pegar e analisar alguns dados. E também resolvi confrontar com a inflação no período.
Creio que aqueles que acompanham o blog sabem da minha opinião em relação ao IBOV. Mas para fazer estudos de longo prazo, em termos de Bolsa de Valores aqui no Brasil, é a única coisa que temos disponível. Ao menos nos dá uma ideia da coisa.
Os dados que peguei foram de 1987 até hoje em dia.
Resolvi avaliar os retornos de 1 ano, 5 anos, 10 anos e 15 anos. Assim, para 10 anos, fiz as médias dos retornos de 1997-2007, 1998-2008, 1999-2009, etc
No entanto, peguei períodos apenas de 1995 para cá nesta comparação, pois antes disso a inflação era cavalar e iria distorcer muito os dados. Vejamos os resultados:

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O CV é o Coeficiente de Variação, que mede a dispersão relativa dos dados em relação à média. Ele é obtido através da razão entre desvio padrão e a média. (obs.: o “Índice de Sharpe”, que tem até nome, veja só você, é apenas o inverso disso...).
Voltando, para comparar diferentes amostras, quanto menor o Coeficiente de Variação (CV) significa que menos volátil é a distribuição em relação à sua média.
Nota-se que à medida que o tempo avança, essa volatilidade tende a diminuir e os resultados ficam bem consistentes. A exceção foi o período de 15 anos, mas com uma amostra de apenas 3 dados, fica complicado ter uma representatividade estatística, mas deixei assim mesmo, a título de curiosidade.
Bom, vemos então que em períodos de 10 anos, o IBOV teve retorno nominal médio 18,3%. Apesar do período de 5 anos ter também um retorno satisfatório, com média de 16,7%, sua volatilidade foi muito maior. O mesmo é válido para períodos de 1 ano, o qual todos sabemos, é quase uma roleta em termos de bolsa de valores: pode dar muito certo ou muito errado. E, de fato, o retorno médio foi de 25,7%, mas a volatilidade muito maior.
Mas e os retornos reais, ou seja, aqueles descontados pela inflação? Peguei os cálculos da inflação (IPCA) para o período e descontei do Ibovespa, obtendo o seguinte resultado:
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Vejamos que no período de 10 anos, o IBOV nunca perdeu para a inflação, tendo sido sua pior rentabilidade real de 7,3%, equivalente a juros reais de 0,589%am. A média para esse período foi de 10,5%, de juros reais. Estes juros seriam equivalentes a 0,835%am.
Já para o período de 5 anos os resultados foram extremamente voláteis, mas ainda assim com média positiva. A média foi menor e a volatilidade maior, apresentando 2 períodos de retornos negativos.
Notem que, mais uma vez, o coeficiente de variação foi obtido melhor no período de 10 anos, sendo este período recomendado por muitos para ficar “casado” com o papel.
Obviamente, nada garante que o IBOV tenha no futuro o mesmo comportamento do passado, mas creio que o Brasil é um país que ainda tem MUITO a crescer e, consequentemente, há muito espaço para as empresas expandirem e lucrarem por aqui.
Olhando agora para o mesmo tipo de estudo para o período inflacionário, ou seja, entre 1987 e 1994:

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Notem como uma inflação alta conseguiu destruir os rendimentos da Bolsa. E olha que mesmo nesta época ela rentabilizava bem. Por exemplo, entre 1988 e 1995 a bolsa valorizou incríveis 938%! No entanto, a inflação neste mesmo período foi de 1.222%, ou seja, o rendimento real do IBOV foi negativo: -21,5%aa nestes anos.
Concluo assim que em ambientes de hiper-inflação, investir na Bolsa pode ser um perigo, pois as empresas podem não conseguir acompanhar o ritmo da mesma. Creio que isto é um dos fatores que explica também a preferência por imóveis como investimentos pelo brasileiro, pois como mostrei anteriormente, a compra de imóveis em ambientes inflacionários (que os reajustam) é uma boa opção.
No entanto mesmo com inflações altas para os padrões de 1º mundo, o IBOV conseguiu ter retornos reais bastante satisfatórios no longo prazo, mostrando ter sido um bom instrumento para investimento nestes períodos. Além disso, ainda creio que se o investidor aplicar em bons papéis ele poderá obter rentabilidades superiores ao IBOV no longo prazo, o que traria retornos reais melhores ainda.
Gostou do artigo? Fique à vontade para comentar!
OBS.: link de onde foram retirados os dados do Ibovespa: http://tinyurl.com/dy7druz
OBS2.: a tabela pode ter algumas diferenças de rentabilidade (i.e., errinhos), eu já tava meio de saco cheio de ficar fuçando ela! rsrsrsrs. Mas nada que possa comprometer o resultado final.

18 comentários:

  1. seus posts são ótimos, mas não são pra iniciantes nem pra investidores medianos, é coisa de profissional!

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    1. Oi, Sô!

      Acho que nem tanto! rs

      Mas creio que as coisas mais iniciantes temos aos montes por aí. Eu procuro tentar fazer alguma coisa diferente!

      Obrigado pela visita!

      []s!

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    2. sim, sim, com certeza, falta material mais aprofundado, o básico tem aos montes por ai

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    3. Olá, Sô!

      Não vou aceitar trollagem, ok?

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    4. não entendi dimarcinho, vc acha q estou te trollando?

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    5. Olá, Sô!

      Pelo seu tom, creio que sim.

      Além disso, este post está longe de ser algo para profissionais. Mas é informação útil.

      []s!

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    6. pelo amor de deus dimarcinho, não foi essa minha intensão, eu acho sim que vc escreve muito bem, mas seus posts não são para iniciantes, estou estudando muito sobre derivativos, já tenho um bom conhecimento do mercado mas mesmo assim as vezes me deparo com novidades no seu blog. isso não é uma crítica, é um elogio, eu juro

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    7. Tudo bem, Sô!

      O "tom da escrita" às vezes pode confundir.

      Derivativos não é muito minha praia.

      Este post em específico eu considero bem básico, pois apenas fiz duas tabelas e "dividi" uma pela outra! rsrsrsrs

      []s!

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  2. Respostas
    1. Fala, AdP!

      Estudo simples, mas útil para ter uma noção de juros reais!

      Abraços!

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  3. Ótimo post!
    E mesmo que o IBOV ou uma boa carteira de ações deem um bom rendimento,
    ainda temos que cuidar bem de aumentar nossos aportes para acelerarmos
    a acumulação de capital.

    abs!

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    1. Fala, ID!

      Concordo contigo. Quanto mais rápido os aportes entram, mais longe da inflação eles estarão! hehe

      []s!

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  4. Olá Dimarcinho!

    Bom estudo! Faz lembrar que em algum momento o pequeno investidor precisará diversificar seu patrimônio e não apenas ficar achando que a bolsa no longo prazo o deixará rico. É renda variável e nada é garantido.

    Um abraço!

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    1. Olá, Troll!

      Eu acho que o pequeno investidor tem focar em dois objetivos, por ordem de importância:

      1º) Vencer a inflação. Só de fazer isso, já é um grande passo!

      2º) Vencer o CDI. Aqui entra o investidor mesmo!

      Alguns benchmarks utilizam IGP-M+6% como meta nominal. Veja que não forçam muito a barra. O valor de 6% parece ser bem razoável.

      Abraços!

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    2. 3º) Focar na simplicidade dos métodos.

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    3. Melhor ainda!!

      O q mais tem por aí são os super-métodos, super-estatísticas, como o LTCM, mas no fim o resultado é o de sempre:

      Empresa deu lucro, cotação subiu. Empresa faliu, cotação virou pó.

      Quando falo que Bolsa é simples, me refiro a isto...

      []s!

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