Alocação de Ativos de forma Inteligente

Fala, galera!

Hoje volto ao assunto da Alocação de Ativos (Asset Allocation). Bom, todos os meus artigos anteriores eram críticas ao Método Rebalanceamento, o qual continuo certo de que não é tão bom quanto pinta ser.

No entanto, o próprio Graham já falava que a alocação é importante. Que tal fazermos a alocação de maneira inteligente?

Como assim? Bom, você que é investidor e está sempre de olho no desempenho das suas empresas, saberá avaliar quando o papel estará valorizado ou subvalorizado.

Assim sendo, o investidor saberia o “timing” de entrar/sair na ação. Obviamente, isto é o que todos querem saber, não é verdade? Mas aqueles que já estão estudando o mercado a alguns anos não vêem tantas dificuldades assim.

Por exemplo, nos dias atuais, vivemos em tempos de crise. Estamos longe dos tempos de euforia.

Nisso TODOS concordam, não é verdade?

Resolvi fazer uma simulação utilizando aqueles mesmos dados de 2001 a 2011, fazendo uma alocação entre IBOV e CDI. E resolvi fazer 2 métodos.

1) Método de Alocação 50/50 sempre

Neste método, sempre que o investidor enxergasse o momento de entrar/sair do mercado de renda variável, ele realocaria sua carteira, de maneira que ficasse 50% em cada.

2) Alocação Dinâmica

Neste método, quando o investidor enxergasse o momento de entrada ele iria se expor ao lado favorável. Em tempos pessimistas (como os de hoje em dia), ele concentraria a maior parte dos investimentos em renda variável. Já nos tempos de bonança, após longas altas da renda variável, ele inverteria a posição, concentrando a maior parte na renda fixa, aguardando a tempestade. No entanto, comecei com uma alocação 50/50. Quando a alocação era feita, ia pra 75/25 ou 25/75.

Eu dei uma exagerada, pois escolhi os pontos exatos de fundo/alta. Obviamente, pra acertar este ponto é só com muita sorte, mas a questão é avaliar a ideia. Você como bom investidor pode não acertar o fundo, mas vai chegar perto dele.

Seguindo esta ideia, só foram realizadas 5 operações:

Compras – meses 9, 82 e 117;
Vendas – meses 77 e 106;

Reparem inclusive que a última operação teria sido de compra (caracterizado pelo momento de crise atual).

Vamos ao resultado:

Método de Alocação 50/50

Alocação Dinâmica

Os resultados são bem claros: fazer a alocação desta maneira funciona, e muito bem, diga-se de passagem. Bom, este tipo de recomendação é feita há uns 60 anos. E dá muito certo, não é verdade?

O Método do Rebalanceamento é baseado na seguinte ideia: como não é possível adivinhar onde será o fundo, daí rola aquele esquema de ir comprando/vendendo aos poucos. No entanto a teoria parece não funcionar tão bem quanto na prática.

Já para utilizar este método de alocação com "timing", por assim dizer, depende exclusivamente da capacidade do investidor em saber avaliar o momento de cada empresa.

É fácil? NÃO! Exige estudo? Exige! Exige dedicação? Exige!

Mas você quer o quê? Tudo de graça?

A Ostra me perguntou o que um investidor sem conhecimento deveria fazer para investir em renda variável. Eu respondi que ele deveria ficar longe, visto a possibildiade dele fazer alguma besteira (e se arrebentar) ser grande. Mas existe outra opção: ele pode investir em algum fundo e pagar taxas de administração e performance. Mas já é alguma coisa.

De qualquer maneira, quando se sabe avaliar o mercado, a Alocação de Ativos funciona perfeitamente.

Lembre-se: não existe almoço grátis.

Estude e seja feliz. Não gosta de estudar? Coloque o dinheiro num fundo de investimentos. Não quer se arriscar? Desista da renda variável.

Grande abraço a todos!