Esses dias, andei lendo no blog do Pobretão sobre aposentadoria com dividendos e deu uma
discussão danada lá pelos comentários. Resumindo a história, o Pobretão chegou
num número de 1,2milhões para ter uma aposentadoria R$ 120.000 anuais, que
dividindo por 12 meses, o equivalente a R$ 10.000/mês.
No entanto, o blog do Viver de Renda chegou a
conclusão que para o mesmo rendimento e de forma segura, o ideal seria ter 3
milhões.
Bela diferença, não é verdade?
Que fique bem claro que não podemos imaginar como será o
mundo daqui há 30, 40 ou 50 anos. O máximo que pode ser feito é visualizar a
situação do passado e a de hoje. Se grandes mudanças ocorrerem (e é provável
que ocorram!) teremos que analisar o momento para que decisão tomar.
Muitos analistas recomendam que ao longo do tempo você
diminua a exposição à renda variável (a medida que vai envelhecendo), pois em
caso de quedas ou crises não teria tempo para se recuperar.
A princípio pode parecer que faz sentido. Mas eu acho que é
apenas uma falácia. Digamos que você fosse dono de 1% da Vale. Faria sentido
vender todas as ações (ou a maior parte delas) para comprar títulos de renda
fixa? Bom, dos caras mais ricos do mundo você não vê ninguém vendendo os
próprios ativos, não é verdade? Por que será, hein?
Vamos ao papo teórico pra depois ir pras contas. Primeiramente
vamos entender o seguinte: o que chamamos de aposentar? Aposentar seria ter
RENDIMENTOS no padrão de vida que você escolheu e de forma que eles se
mantenham ao longo do tempo SEM SEREM CORROÍDOS PELA INFLAÇÃO.
Ou seja, estamos interessados em fluxo de caixa!
Para nos aposentarmos, precisamos ter um PATRIMÔNIO que GERA
um bom FLUXO DE CAIXA. Este conceito é importantíssimo!
Por exemplo, se você tem um terreno hoje no valor de 3
milhões consegue se aposentar apenas com ele? Resposta: NÃO! A única coisa que
esse terreno vai lhe dar é custos de manutenção, pois ele NÃO GERA rendimentos.
Ele pode até estar valorizando, mas como você vai viver apenas dele? Você
talvez pudesse vender ele em partes, mas digamos que não seja possível devido à
área (hipotético). E aí? Como vai pagar as contas? Ou seja, você possui um
PATRIMÔNIO que está até crescendo, mas não possui FLUXO DE CAIXA, que é
exatamente o que você está precisando!
Analisando bem, precisamos apenas do fluxo de caixa, sem ter
patrimônio algum!
Na mesma linha de raciocínio, você pode ter uma renda de
vitalícia (por exemplo, pensão militar) sem ter patrimônio. Você possui fluxo
de caixa, mas não possui patrimônio e, no entanto, pode se aposentar.
O blog do Viver de Renda chegou àquele valor concluindo que
seria possível retirar 4% do patrimônio anualmente, ou seja, 4% de 3milhões
dariam os tais R$ 10.000/mês. Ele também acredita em chamada renda passiva, ou
seja, você vai fazer suas aplicações hoje e nunca mais, durante o resto da sua
vida, vai mexer nele, apenas fazer retiradas. Em uma discussão nos comentários
ele citou o livro The Quest for Alpha: The Holy Grail of Investing.
Existem várias discussões sobre essa (“gestão passiva” x
gestão ativa); eu acredito que uma estratégia desse gênero (totalmente passiva)
não pode ser boa, afinal de contas, não importa qual o tipo de patrimônio
que você tenha, sempre precisa estar tomando conta dele.
Por exemplo, imagine que você monte uma carteira com uma
empresa badalada hoje, mas nos anos seguintes ela vai apresentando resultados
cada vez piores, dividendos menores e o horizonte dela para o longo prazo não é
nada bom. Faz sentido manter este ativo
em mãos? EU não vejo NENHUM motivo para tal.
Ao mesmo tempo, vários estudos já mostraram que ter uma
gestão muito ativa, ou seja, fazendo trades (comprando e vendendo o
tempo todo) também não dá resultados muito melhores do que simplesmente comprar
o índice.
Assim, ficamos num impasse; qual adotar? Como sempre, o bom
senso é o melhor caminho. E neste caso, poderíamos seguir o famoso ditado: “um
olho na missa e outro no padre”.
Resumindo a minha opinião no assunto: ficar simplesmente
olhando o patrimônio não é bom. Qualquer patrimônio que seja necessita de
manutenção. A manutenção de ativos financeiros só não é tão simples como
contratar alguém para limpar aquele terreno que você está esperando valorizar.
Mas também não é tão complicado.
Sou seguidor das idéias de Benjamin Graham, as quais foram
aprimoradas por Warren Buffet. Hoje, após mais de 60 anos de publicadas, suas
idéias se mostraram vencedoras. Muitos dizem que estão ultrapassadas, mas
curiosamente deram certo em todas as últimas décadas (inclusive a de 2000!). E
não existe elas estarem ultrapassadas. Os conceitos são básicos, simples e por
mais teorias loucas que escrevem por aí, não dá pra fugir deles.
Um dos conceitos mais importantes (e até óbvios) é que uma
empresa precisa ser lucrativa. Que coisa, não? Na verdade, ela deve ter LUCROS
CRESCENTES, pois sabemos que a inflação corrói o valor da moeda no tempo. As
empresas devem crescer o suficiente para vencer a inflação (o que elas fazem
muito bem, pois na pior das hipóteses elas passam a inflação para seus
clientes...). Além disso, ela deve ter boas margens de lucro, ser pouco
endividada, dentre outros critérios.
Bom, depois de muito blá blá blá, vamos aos números!
Para quem deseja se aposentar com dividendos, como já
explicado acima, precisa de um bom fluxo de caixa. E em termos de ações, isto
significa ações que pagam gordos dividendos. Existem várias ações na Bovespa
que pagam bons valores. O caso clássico é das empresas do setor de energia
elétrica. Hoje elas são as que mais pagam dividendos. Sendo assim, uma carteira
concentrada nelas seria ideal. Temos algumas boas exceções como a Souza Cruz e,
mais recentemente, a Natura.
Assim sendo, parti do princípio do Pobretão, ou seja, um
patrimônio de 1,2milhões para montar a carteira.
Montei dois tipos de carteira: uma de 70% do patrimônio
voltado para ações boas pagadoras de dividendos. Dos 30% restantes dividi em blue chips, sendo 10% indústria, 10%
bancos e 10% setor imobiliário. E também montei uma carteira com 100% em ações
pagadoras de dividendos, como proposto pelo Pobretão. Como critério, adotei que
todos os ativos deveriam ter pelo menos um histórico de 10 anos de lucros e,
por isso, algumas boas empresas que eu gostaria de utilizar não entraram (como
Natura).
Além disso, resolvi escolher um bom ano pra começar: 2008! E
ainda fiz dois cenários: um no início de 2008 e outro hipotético, onde os ativos
teriam sido comprados nos respectivos topos de 2008, ou seja, quando o
investidor tivesse realizado as “piores” compras possíveis.
Apresento os resultados (o FC, fluxo de caixa, já está
descontado o imposto de renda):
Carteira Aposentadoria – início de 2008
70%
Dividendos
|
|||||
FC
|
Patrimônio
|
DY
|
∆%
Patrim
|
∆%
PatrimAcum
|
|
2008-0
|
-
|
1.200.000
|
|||
2008
|
11.865,16
|
1.012.662,00
|
14,1%
|
-16%
|
-16%
|
2009
|
16.431,15
|
1.494.919,00
|
13,2%
|
48%
|
25%
|
2010
|
14.078,69
|
1.667.411,00
|
10,1%
|
12%
|
39%
|
2011
|
14.498,65
|
1.797.568,00
|
9,7%
|
8%
|
50%
|
100%
Dividendos
|
|||||
FC
|
Patrimônio
|
DY
|
∆%
Patrim
|
∆%
PatrimAcum
|
|
2008-0
|
-
|
1.200.000
|
|||
2008
|
14.999,28
|
1.184.169,00
|
15,2%
|
-1%
|
-1%
|
2009
|
21.269,76
|
1.638.450,00
|
15,6%
|
38%
|
37%
|
2010
|
17.978,48
|
1.883.363,00
|
11,5%
|
15%
|
57%
|
2011
|
18.380,45
|
2.165.593,00
|
10,2%
|
15%
|
80%
|
Carteira Aposentadoria – pior momento de 2008
70%
Dividendos
|
|||||
FC
|
Patrimônio
|
DY
|
∆%
Patrim
|
∆%
PatrimAcum
|
|
2008-0
|
-
|
1.200.000
|
|||
2008
|
10.019,31
|
838.544,00
|
14,3%
|
-30%
|
-30%
|
2009
|
13.949,52
|
1.237.092,00
|
13,5%
|
48%
|
3%
|
2010
|
11.904,01
|
1.385.064,00
|
10,3%
|
12%
|
15%
|
2011
|
12.187,13
|
1.499.640,00
|
9,8%
|
8%
|
25%
|
100%
Dividendos
|
|||||
FC
|
Patrimônio
|
DY
|
∆%
Patrim
|
∆%
PatrimAcum
|
|
2008-0
|
-
|
1.200.000
|
|||
2008
|
12.818,70
|
983.102,00
|
15,6%
|
-18%
|
-18%
|
2009
|
18.277,04
|
1.359.764,00
|
16,1%
|
38%
|
13%
|
2010
|
15.370,11
|
1.571.942,00
|
11,7%
|
16%
|
31%
|
2011
|
15.581,65
|
1.813.714,00
|
10,3%
|
15%
|
51%
|
Olhando para estes números podemos chegar a várias
conclusões.
Em primeiro lugar e a mais importante de todas: o fluxo de
caixa mensal (FC) não ficou abaixo de R$10.000 (líquido de IR) em NENHUM momento.
Outra coisa: o cenário proposto pelo Pobretão (carteira com
100% dividendos) foi a que teve o melhor rendimento, tendo obtido renda muito
superior a planejada. Em 2009 a renda média teria sido R$ 21mil (mais que o
dobro do planejado!).
Mesmo considerando o pior momento para ter entrado, e um dos
piores na história do Ibovespa, os dividendos se mantiveram num nível muito
bom. Lembre-se que em 2009 apesar da incrível recuperação da Bolsa, muitos
analistas já falavam que a crise estava só começando e era mais profunda. Apesar
disso, do subprime ninguém fala mais.
A crise da moda é a Europa. De qualquer forma, em 2010 e 2011 a Bolsa apanhou
bastante e devolveu muito dos ganhos de 2009.
Ano
|
IBOV
|
∆%
|
2008-0
|
62891
|
|
2008
|
41515
|
-34%
|
2009
|
70240
|
69%
|
2010
|
69962
|
0%
|
2011
|
59265
|
-15%
|
Voltando aos números, até que para um momento “terrível” de
crise, nosso investidor estaria relativamente tranqüilo, não concorda? Pegando
o cenário teórico, hoje ele já teria uma renda em torno de 14,5mil. Se tivesse
projetado uma inflação de 6,5%aa, os 10mil de 2008 deveriam valer hoje
aproximadamente 12,1mil. Ou seja, ele já estaria ganhando MAIS do que o
planejado. E pela carteira de dividendos estaria ganhando 18,4mil!
Vejam que no pior cenário de todos (70% dividendos, pior
2008), mesmo o patrimônio tendo caído 30%, o fluxo de caixa se manteve no
pretendido!
Outra coisa interessante é que em todos os cenários de 2009
para 2010 os dividendos diminuíram, mas o patrimônio aumentou. E é este tipo de
coisa que nosso investidor deve ficar atento. Ele não quer dividendos
diminuindo, ele quer dividendos aumentando. O patrimônio é indiferente!
E é aqui que entra a gestão de ativos. A Souza Cruz possui
um excelente histórico de pagamento de dividendos, mas caso ela continue a
diminuir, é bom analisar o mercado e verificar o que está ocorrendo. Em caso de
as perspectivas não melhorarem, o ideal é se desfazer desse ativo e comprar
outro que pague gordos dividendos. Temos aos montes por aí.
De fato, olhando para o DY (dividend yield, neste caso,
dividendos anuais/patrimônio) vemos que ele diminuiu ao longo dos anos. Mas se
também vimos que os dividendos estão aumentando, isto só pode ser uma coisa: o
patrimônio cresceu muito mais rápido que os dividendos!
Olhando para o todo, pegando o cenário padrão (70% div, início de 2008), de 2008 para 2011
o patrimônio aumentou 77,5%, enquanto os dividendos aumentaram apenas 22,2%.
Olhando agora para os números da simulação, algo bastante
interessante é mostrado nas carteiras de 70% Dividendos.
Com exceção do setor de elétrica, foram 10 ativos selecionados.
Reparem que em relação à cotação (ou seja, PATRIMÔNIO) dos 10, apenas 2
valorizaram, mostrando que a crise de 2008 foi uma porrada realmente forte. NO
ENTANTO, em relação aos dividendos 8 dos 10 aumentaram! Que coisa estranha,
não?
Olhando apenas para estes 30%, o patrimônio caiu em torno de
22,3%. Mas os dividendos aumentaram de 16,0mil anuais para 19,4mil anuais, ou
seja, 20,3%, que a juros compostos dá em torno de 6,36%. Basicamente, a
inflação projetada.
Ou seja, mesmo tendo perdido 22% do patrimônio, o fluxo de
caixa aumentou 20%, acompanhando a inflação! Isso quer dizer que mesmo com essa
carteira, má pagadora de dividendos por assim dizer, ele não teria problemas.
Apesar de ser uma análise curta (apenas 4 anos), estamos
falando de um dos piores momentos de crise que já tivemos nos últimos anos e o
mercado financeiro sofreu bastante. Será que tinha algum outro momento pior
para entrar?
Na verdade, analisei o IBOV desde 1992 e de lá pra cá
tivemos 3 grandes crises. Curiosamente, em todas elas a queda do topo ao fundo
foi em torno de 50%. Foram os seguintes momentos:
1997 a 1998, onde o topo de
1997 foi rompido em 1999; (crise dos Tigres Asiáticos)
2000 a 2002; onde o topo de 2000 foi rompido em 2003; (crise pré-Lula, bolha da internet)
05-10 de 2008; onde o topo de 2008 já foi testado 2 vezes, mas não foi rompido até hoje (março de 2012, onde está próximo de testar). (crise do subprime, crise na Grécia/Europa)
2000 a 2002; onde o topo de 2000 foi rompido em 2003; (crise pré-Lula, bolha da internet)
05-10 de 2008; onde o topo de 2008 já foi testado 2 vezes, mas não foi rompido até hoje (março de 2012, onde está próximo de testar). (crise do subprime, crise na Grécia/Europa)
Ou seja, as piores crises duraram em torno de 2-3 anos; esta
de agora, já está com quase 3 anos. Mas mesmo assim nosso amigo investidor não
estaria tendo problemas!
E que elas durem 20, 30 anos! Se os dividendos continuarem
subindo, pouco importa se há crise ou não!
Por ser um caso “pontual”, visto que estou pegando o
rendimento desta carteira e não uma média de mercado, isso impede de chegar a
uma conclusão generalizada, obviamente. No entanto os seguintes pontos são
muito importantes:
1) Mesmo no pior momento da crise, a estratégia deu certo.
2) Para escolha dos ativos, levei em consideração apenas os
seguintes critérios básicos:
> Lucros nos últimos 10 anos;
> Histórico de pagamento de gordos dividendos (alto payout);
> Empresas já reconhecidas pelo mercado
> Lucros nos últimos 10 anos;
> Histórico de pagamento de gordos dividendos (alto payout);
> Empresas já reconhecidas pelo mercado
3) Diversificação de ativos;
4) Compra realizada no início do ano, sendo indiferente o
preço das ações no momento.
Acredito que poderíamos montar diversos tipos de carteira
com as características acima e chegaríamos a resultados parecidos.
Assim sendo, creio que com estes números e com tudo que
apresentado anteriormente, podemos concluir que SIM, é possível obter uma renda real ao longo dos anos de R$ 10.000
tendo disponível, hoje, 1,2milhão para aplicar.
OBS.: este artigo não representa recomendação de compra ou
venda de nenhum dos ativos citados no texto. Como política de transparência,
informo que, destes, sou acionista de: Cemig, Copel, Vale, Petrobras e Banco do
Brasil.
Parabens pelo blog! Sempre dou uma passada por aqui para acompanhar!
ResponderExcluirObrigado, Nery!
ExcluirFique à vontade para postar qualquer comentário!
[]s!
que ótima análise!!! Muito boa mesmo, parabéns pelo ótimo trabalho. Interessante é que a renda foi totalmente gasta, não comprou mais papéis, se tivesse comprado um percentual, os dividendos cresceriam. Eu não tenho ações de elétricas na carteira, compro mais ações não cíclicas de outros setores - ambv3, ugpa3, brfs3, ohlb3, ecor3 e por aí vai...De resto, vou de ações com dy nem tão alto, mas que podem fazer o lucro crescer mais rapidamente, na teoria, que as elétricas, fazendo a remuneração ao acionista crescer - vlid3, ciel3, pomo3, eztc3, jhsf3, llis3, etc.
ResponderExcluirFala, Gustavo!
ExcluirPois é! Foi só uma carteira. Mas estaria mto bem, obrigado. Inclusive, vou acompanhá-la por alguns anos.
[]s!
Boa explanação. Apesar de ter ficado com dúvidas em alguns pontos. Vou ler e reler mais algumas vezes para entender certinho os conceitos.
ResponderExcluirObrigado pela aula
Oi, Kspov,
Excluirestou só esperando 2012 pra fechar pra mostrar como esta carteira se comportou...
[]s!
Olá, Th,
ResponderExcluirposso sim, em breve o farei. Se quiser posso mandar para o seu e-mail.
[]s!
dimarcinho.
ResponderExcluirComo se comportou a carteira de dividendos em 2012?
Minha grande dúvida ainda é o que fazer quando chegar na aposentadoria.
Olá, Bruno,
Excluirtenho andado meio sem tempo pra atualizar, mas o fazendo crio até um novo artigo.
O q importa é acumular capital para gerar renda! Vc tb pode ir se desfazendo do capital, mas não acho mto interessante. Dizem que dá no mesmo, mas não enxergo assim...
[]s!
Tenho visto muita coisa sobre dividend stocks vs SWR.
ExcluirO que me intriga eh o fato da diferença patrimonial ser absurda comparando os 2 métodos de retirada.
Fala, Bruno,
Excluira diferença está no crescimento dos dividendos.
Imagine que vc tenha um portfolio que cresce a 4%aa e todo ano vc retira 4%, vendendo ativos. Como ficaria?
Ano 1 - 1000 -> 1040; retira 40 -> 1000
E assim vai, todo ano.
Com dividendos é diferente; digamos que o papel pague 4%aa em dividendos
1000 -> 960 + 40 em dividendos.
Se a empresa aumenta seus lucros e tb os dividendos, digamos que 5%, então a empresa pagará agora 42.
Se o mercado não liga para dividendos, então a cotação seria descontada em 42; se o mercado ficou de lado, por ex, seria então 960 - 42 = 918
Só que aí vc teria um papel pagando 42 em dividendos valendo 918 no mercado, o que daria um DY = 4,57%. Ou seja, a empresa é a mesma, mas o papel está mais atrativo!!!!
Só que é normal que o mercado deixe o papel numa certa faixa de DY e, se considerarmos os mesmos 4% de DY, então o papel deveria estar valendo 42/0,04 = 1050.
É por isso q se vc tiver bons papéis, a coisa é uma bola de neve, pois espera-se que os dividendos E o patrimônio cresçam com o tempo.
[]s!
O risco nisso é empresa não conseguir manter o crescimento dos lucros, com provável queda em dividendos.
ExcluirPor exemplo, o caso da PETR3 recentemente. E até por isso é interessante ter uma carteira diversificada.
Outro exemplo emblemático, onde todos iam apenas pelos dividendos Eletropaulo.
As empresas devem ser bem escolhidas.
[]s!
tenho 800mil.
Excluirem lci eu me resguardo contra a inflacao.
quero estudar para saber o que fazer para me aposentar.
pensei que com 1milhao dava pra tranquilizar.
com 15mil por mes eu to tranquilo.
e seguro comprar 800k em acoes boas pagadoras de dividendos e ir reinvestindo esses valores?
o que me aconselha?
Aconselho a procurar um Consultor Financeiro e explicar sua situação para ele.
ExcluirGrande abraço!
Bruno,
Excluirse não errei nas contas (bonificações, desdobramentos e td mais complicam, é um saco), creio que a carteira em 2012 fechou com:
Dividendos em $$$: R$ 182.561,95
Patrimônio em $$$: R$ 2.026.278,00
Os dividendos tiveram uma queda de 18% em relação a 2011.
E o patrimônio teve um aumento de 12,7%.
Para uma aposentadoria saudável, vc quer dividendos crescentes, então apesar do aumento do patrimônio, a queda nos dividendos não é bem vista.
Abraços!
eu pedi a sua opiniao.
ResponderExcluircada consultor financeiro tera a sua propria opiniao.
o que vc acha nao e o que eu irei fazer. foi apenas uma consulta. e mesmo que vc dissesse que eu devo comprar tudo em acoes da OGX e eu o fizesse, a culpa e responsabilidade seriam minhas.
eu gostaria de por em pratica as coisas que vc pesquisou e compartilhou.
ResponderExcluirgostaria de saber se existem acoes que pagam dividendo mensal. (toda vez que pergunto na corretora isso, me dizem que nao existe)
Fala, XXX,
Excluirfalei para procurar um CF pois seria muita irresponsabilidade minha lhe dar alguma instrução. Inclusive, nem o posso fazer.
creio que o Bradesco paga dividendos mensais, mas isso é besteira. Na verdade, só dá mais trabalho para fazer controle. Se vc quiser viver deles, assim que os receber, faça o saque da corretora e coloque na poupança, por exemplo.
Olha, para ter uma renda de 15.000/mês = 15.000x12meses = 180.000/ano.
Com 1 milhão vc iria precisar de um portfolio que pagasse 18%aa. Atualmente não temos nada com baixo risco para isso. Estamos bem longe disso, por sinal, até com risco em 100% em ações.
Eu creio que 8% talvez seja possível, com uma carteira carregada em ações e FIIs e assim que seriam necessários 180.000/0,08 = 2,25 milhões
Uma carteira mais moderada, com 6%aa de retorno já seriam necessários 3 milhões.
Eu acho q vc ainda está bem longe de atingir os 15mil/mês
Grande abraço!
hoje entao, o que eu conseguiria pra ser de moderado a conservador?
Excluiruns 6% ao ano em dividendos?
e isso daria uns 5mil por mes?
se invisto esse volume em acoes. a seguranca vem dos resjustes com a inflacao que os dividendos vao obtendo? e a valorizacao da acao no longo prazo? digo, eu nao preciso me preocupar com o principal?
pq na poupanca com 1m hoje eu consigo 4mil por mes. mas o principal vai sendo corroido.. e com a estrategia de dividendos?
mesmo que o principal seja afetado no curto prazo, no longo prazo ele deve acompanhar a inflacao, ate o valor da acao vai ser reajustado teoricamente, sim ou nao?
obrigado pela atencao.
se vc conhecer algum livro que fale sobre aposentar com dividendos me avise.
Olá, XXX,
Excluireu estou falando de juros reais. Ou seja, com uma inflação batendo a casa dos 6%, isto daria retornos de 12%aa.
A poupança hj dá retornos negativos.
Qdo trabalhamos com juros reais, não é necessário se preocupar com o principal, pois ele estará sempre sendo corrigido.
[]s!
dimarcinho.
ResponderExcluirAlém do risco citado por você, não existe o risco de em um cenário de bolsa lateralizada por muitos anos a inflação corroer o patrimônio?
Claro, nosso foco são dividendos, sei que os DY aumentariam e teríamos a mesma quantidade de papéis que no inicio, porém se as DY não cobrissem a inflação + valor da retirada ficaríamos prejudicados.
Posso ter me perdido no meio do raciocínio, me corrija se estiver errado.
Abraço.
Bruno,
Excluirnão confundo desempenho da Bolsa com desempenho das Empresas.
O desempenho da bolsa está atrelado ao resultado de curto prazo e expectativas futuras. Muitas vezes, por efeito manada, acontecem movimentos que nada tem a ver com real desempenho da empresa.
A Bolsa está de lado? Isso em absolutamente NADA interessa. O que interessa é se as empresas que vc está posicionado estão tendo maiores lucros com consequente possibilidade de maiores dividendos.
É de se esperar que os DY cubram a inflação, pois as empresas tendem a repassar a mesma ao consumidor final.
Mas sempre deve-se analisar com calma cada empresa.
[]s!
Fala Di marcinho! Por curiosidade venho acompanhando essa carteira(furada na minha opinião) do pobretão. A título de curiosidade ela ficou assim:
ResponderExcluirhttps://docs.google.com/spreadsheet/pub?key=0AkZoYKtLG5tsdGZuUVQzengzOUdMclppbjBFOUpGdGc&single=true&gid=0&output=html
Você podia fazer um post sobre como estaria o nosso investidor em elétricas agora.
Basicamente se é uma pessoa com estômago par aguentar o mercado tá na boa.
[]'s
Fala, Unknown,
Excluireste ano foi realmente complicado para as elétricas.
Esta carteira do pobreta tá muito concentrada em elétricas. Montar uma carteira de dividendos sem Souza Cruz? Não vejo como deixar ela de fora, por exemplo.
Não entendi exatamente o que vc quis dizer em "como estaria o investidor em elétricas agora".
Eu acho que o setor passar por uma fase tão ruim quanto a época do apagão e no longo prazo se recupera, então vejo um bom momento de entrada.
Mas não em qualquer papel...
[]s!
Concordo com você quando afirma ser besteira pensar em sair de uma aplicação só porque está chegando o período da fruição do capital investido, Dimarcinho.
ResponderExcluirPor isso tenho especial apreço pelas modalidades de investimento que garantem uma renda mínima ao investidor, como FIIs, títulos públicos com cupons e ações. Basta que se planeje a carteira e assegurar um confortável colchão de segurança para termos bem atentidadas as nossas necessidades monetárias.
Eu só acrescentaria um ponto que considero importante nesta estratégia de renda passiva: continuar reinvestindo o excedente, mesmo no período em que o investidor já esteja usufruindo deste dinheiro para suas despesas pessoais. Assim o fluxo de caixa continuará aumentando. Abraço!
Fala, LL,
Excluirpara uma boa aposentadoria, o ideal é ter ativos q geram um bom fluxo de caixa. O ganho por capital é muito mais incerto que o primeiro.
Tb concordo que é necessário ir reinvestindo! hehehe
[]s!
dimarcinho, parabéns pela explanação!
ResponderExcluirCom o fito de potencializar seu raciocínio logico e correto sobre o crescimento do DY, lembro que além da reaplicação dos dividendos, o aluguel de ações e o lançamento de opções (quando bem estruturadas) dão fluxo de caixa a própria carteira de dividendos.
Este ''lucro extra'' com o próprio negocio de investimento em si, quando reaplicados, possibilitam que aumente o numero de ações em carteira gerando ainda mais dividendos.
Você partilha deste pensamento?
Olá, anônimo, partilho da ideia sim, no entanto tenho estudado melhor a venda coberta nesta análise ainda, apesar de ter tido resultados positivos com a mesma.
Excluir[]s!