Na sociedade, temos dois tipos de pessoas. As
que possuem dinheiro sobrando e as que precisam de dinheiro. Elas são conhecidas
como agentes superavitários e deficitários, respectivamente.
Vamos ao seguinte exemplo hipotético:
Você precisa de R$ 100mil para abrir um
negócio, mas não tem esse dinheiro. Esse dinheiro será utilizado para comprar
equipamentos, matéria prima, documentação, etc. Você tem certeza absoluta que
com R$ 100mil conseguirá abrir um negócio que irá lhe render, por exemplo,
R$ 2mil/mês.
Notem o seguinte, se você tiver R$ 80mil
você não conseguirá abrir o negócio. Você precisa de R$ 100mil! Menos que
isso não adianta.
Bom, digamos que você tenha os tais R$ 80mil.
Daí conversando com um amigo seu descobre que ele está com R$ 20mil
parados. Você vê então uma oportunidade e faz uma proposta para ele. Já que ele
vai entrar com 20% do capital total, você oferece 20% do lucro do seu futuro
negócio para ele. Ou seja, os R$ 20mil dele, irão se transformar em
R$ 400/mês.
Para ele é um excelente negócio, visto que, do
jeito que estava ele continuaria com esses R$ 20mil por toda “eternidade”,
enquanto que fazendo este negócio, ele terá uma renda, a princípio, vitalícia
(partindo do princípio que a empresa não irá falir).
Para você foi bom, pois o seu negócio se
materializou. Não fosse o seu amigo, não poderia existir. Mas agora existe. E
agora você possui uma renda mensal que veio disso. Caso seu amigo não
existisse, os R$ 80mil ficariam parados.
Bom, o Mercado Financeiro existe justamente para
fazer essa ponte entre aqueles que precisam e os que possuem sobrando.
Notem que não falo de necessidade num sentido
pejorativo. Um empresário/investidor sempre precisa de um capital inicial e uma
ideia para começar um negócio. É normal ter a ideia, mas não o capital.
Assim, temos o seguinte fluxo de dinheiro no
Mercado Financeiro:
Agentes Superavitários <==> Mercado
Financeiro <==> Agentes Deficitários
A ideia é que você não precisa mais ter um amigo
rico para conseguir o dinheiro e nem ter amigos necessitando de dinheiro para
poder emprestar. Você faz isso direto no Mercado Financeiro.
Quando você coloca o dinheiro na Caderneta de
Poupança, parte dele vai para o Banco Central (como garantia) e parte vai para
o Sistema Financeiro Habitacional (SFH), que irá permitir que pessoas utilizem
esse dinheiro para construir/comprar imóveis, principalmente as de baixa renda.
Simplificando a história, elas pagam juros por esse empréstimo e você irá
receber uma parte dele. Não recebe tudo, pois boa parte ficará dentro do
Mercado Financeiro (taxas, intermediários, bancos, impostos, etc).
No entanto, o seu dinheiro ajudou alguém em
algum lugar a construir/comprar um imóvel e você ainda recebeu alguma coisa por
isso. Melhor do que ter ficado parado e sem “utilidade”.
Bom, entendida a sistemática? Você empresta seu
dinheiro para alguém, que irá trabalhar e transformar em mais dinheiro. Como o
cara está trabalhando e você não, obviamente apenas uma parte pequena dos
lucros do cara volta pra você, mas é melhor que ter o dinheiro parado, correto?
Assim funcionam os diversos instrumentos
financeiros, por exemplo:
- Debêntures: títulos de renda fixa emitidos por
empresas, para que elas possam, por exemplo, aumentar sua produção. Em troca
disso, lhe devolvem o dinheiro com juros.
- Títulos do Governo: o governo pega o dinheiro
emprestado com você para fazer obras e reformas que possam fazer o país
crescer; com o país crescendo, o governo arrecada mais impostos e assim
consegue pagar você
Para o exemplo anterior, ao invés de oferecer
20% de participação, o dono poderia oferecer 10%, pois ele iria trabalhar
enquanto que a outra parte iria entrar “apenas” com o dinheiro. É vital, mas é
a menor parte e o cara iria ter uma renda em casa sem fazer absolutamente NADA,
enquanto que o dono iria trabalhar por ele.
Bom entendida a sistemática do Mercado
Financeiro? No próximo artigo explicarei em detalhes como isso culmina no
Mercado de Ações.
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