Lembra de toda aquela conversa devalor do dinheiro no tempo? Pois então, naquele artigo eu perguntei se você
utilizaria isso no dia-a-dia. E uma das coisas interessantes que surgem é
justamente quando vamos realizar uma compra e temos como forma de pagamento a
opção entre parcelar ou pagar à vista.
Se os valores são diferentes e os
tempos são diferentes, não é uma conta que você simplesmente faz a soma e vê. O
ideal é analisar.
Primeiramente, entendam: este artigo
vale para quando você pode escolher entre pagar as prestações ou utilizar o
que seria o valor das prestações para aplicar! Ou seja, se você fosse
assumir as prestações teria que pagar, né? Ao invés de pagar a vista apenas,
porque não pegar o que seriam as prestações e aplicar? Você poderia programar
no banco pra fazer os mesmos aportes mensais.Está confuso? Deixe eu dar um
exemplo:
Você tem R$ 10.000 na Caderneta de
Poupança, que estão lhe rendendo R$ 50 por mês. Você quer comprar um bem que
custe R$ 600 à vista e o gerente da loja fala que você pode pagar em 12 vezes
sem juros, ou seja, 12 prestações de R$ 50. Além do dinheiro que a poupança lhe
rende, você pode pagar, com o seu salário, os R$ 50/mês. Daí então surge uma
dúvida:
“Se eu pagar à vista, vou me
descapitalizar (pois terei menos juros por mês), mas em compensação me livrarei
da dívida.”
Ficamos então com duas opções:
1 – Não mexer na Caderneta de Poupança
e ir pagando as prestações mensais.
2 – Tirar o valor à vista da Caderneta
de Poupança e o valor das prestações ir aplicando todo mês, durante o mesmo
período que seria a compra.
Como saber se vale à pena comprar à
vista ou parcelar?
É muito simples: se os juros da sua
aplicação forem maiores que os juros sobre o valor parcelado, então vale a pena
parcelar. Caso contrário, deve-se comprar à vista.
A questão é que nem sempre é simples
saber quais são os juros do financiamento.
No nosso exemplo, os juros parcelados
foram zero, visto que o preço à vista ficou igual ao total parcelado.
Isso, basicamente, não existe! Se você
quiser pagar à vista e não quiserem dar um desconto, chame o gerente. E, se
mesmo assim, ele não quiser dar, então pague parcelado! Use os seus
conhecimentos a favor de você!
Eu fiz umas “matemágicas” e cheguei na
seguinte relação:
Onde,
Pvis = Preço do bem à vista
A = valor da prestação
i = juros mensal do seu rendimento
n = número de prestações (em meses)
Para valores pequenos, esse raciocínio
não faz muita diferença, mas preste atenção ao seu cartão de crédito e veja quantas
coisas estão parceladas lá e faça a soma. O dinheiro pode estar indo embora e
você nem está notando...
Mas uma diferença monstruosa ocorre quando
estamos falando de financiamentos de bens mais caros, como carros e
apartamentos.
Fiz uma simulação de financiamento de
carro, a juros de 1,2%am, utilizando o Sistema Price (muito comum)
Valor do Carro à Vista: R$ 35.0000
Financiamento: 48 parcelas fixas de R$
1.095,13 (Sistema Price)
Fazendo a comparação, se você
dispusesse desses R$ 1.095 sem problemas de aplicar durante os 48 meses a juros
de 0,5%am (Caderneta de Poupança) ao final teria:
Compra à vista: 1 carro + R$ 59.244 na
conta
Compra parcelada: 1 carro + R$ 44.467
na conta
Ou seja, teria em torno R$ 14.780 a
MENOS se a compra fosse parcelada. Daí faz diferença, né? O mesmo raciocínio
vale para imóveis, onde o peso é ainda maior.
Jamais se esqueça do valor do dinheiro
no tempo e da força dos juros compostos!
[]s!
Olá,
ResponderExcluirVc poderia demonstrar a formula.
Indicar de onde ela veio e o desenvolvimento.
Estou tendo dificuldade de entendê-la e interpretá-la.
Grato!
Para entender e interpretar é só seguir o que está escrito no texto, nada além disso.
ExcluirPara provar, relacione a equação do valor futuro com aporte único com a equação do valor futuro com aportes periódicos.
Grande abraço!
Eu entendi e sei como usar.
ExcluirSó não entendi de onde ela veio.
É união de que com o que?
Montante com juros, parcela...
Isso que não entendi.
Helison,
ExcluirSe a compra for parcelada, vc não irá mexer no montante aplicado. Assim, o valor futuro dele será:
Cpar = C0(1+i)^(n-1)
Se a compra for a vista, o seu capital futuro será a fórmula dos aportes periódicos, ou seja:
Cvis = A*[(1+i)^(n-1)-1]/i
Para comparar, é só relacionar essas fórmulas. Ao invés de calcular dos dois, tu pode relacionar direto. Por exemplo, se a compra parcelada for mais vantajosa, então necessariamente:
Cpar > Cvis
Substituindo:
C0(1+i)^(n-1) > A*[(1+i)^(n-1)-1]/i
Rearrumando:
C0/A > k ; onde k é aquele fator "doido" lá;
Se para parcelar temos que C0/A > k, então para pagar a vista valerá o contrário, ou seja, C0/A < k
Espero que tenha entendido.
[]s!